Museus, acervos e contextos / Museums, collections and contexts / Museos, colecciones y contextos.

Algumas peças deste Museu, embora tenham sua utilidade bem esclarecida e sua classificação por área de utilização identificada, podem ensejar dúvidas quanto a sua contextualização. Por exemplo, o Museu possui algumas peças na área da joalheria, no entanto, a maioria das ferramentas utilizadas por joalheiros não possuíam partes mecânicas,  eram ferramentas simples, manuseadas de acordo com o talento do profissional.  Assim, manter  somente peças mecânicas na seção de joalheria estaria dando ao visitante uma idéia errônea dessa atividade? Por via  oposta, oferecer  ferramentas de joalheiro,  estaria subvertendo a lógica do Museu que se refere a  utilidades mecânicas?

A resposta para isso está  relacionada ao propósito do Museu, especialmente porque nenhum museu  abrange todos os aspectos  contextuais de uma peça. Um exemplo marcante são peças do antigo Egito no Museu de Arqueologia de Florença, Itália. Numa das exposições há uma biga de  guerra. Naquele contexto a peça está relacionada à história do antigo Egito onde o guerreiro e a biga são apenas integrantes de uma cultura. Nada há sobre a tecnologia de fabricação da biga, nem sobre seus fabricantes, nem sobre seus inventores, nem sobre os materiais utilizados, nem especificações.

Desta forma, é coerente que os museus informem a que se propõe (seu objeto) aos seus visitantes, de forma simples e direta, sem contorcionismos semânticos,  sem esconder segundas intenções, bem como seu acervo tenha conexão direta com seu objeto. Isso facilita ao visitante o  entendimento da exposição e não cria nele expectativas além do contexto específico.

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